A arte mais bela é o amor ao próximo.

sábado, 19 de novembro de 2016

Obras no Museu da República

As obras, abaixo, que fazem parte da série "Bandeiras Históricas Brasileiras", deste artista, integram o acervo do Museu da República, Catete. A série completa pode ser vista no Forte do Leme, ambos no Rio de Janeiro.

Bandeira da República do Brasil, Giov. D'And., AsT, 60x80cm.

Bandeira Provisória da República, Giov. D'And., AsT, 60x80cm.

Bandeira Improvisada da República, Giov. D'And., AsT, 60x80cm.
Estas obras são recentes e não é o caso de precisarem de restauração, mas em virtude de aparecerem no início da reportagem sobre o Dia da Bandeira, 
esta foi inserida nesta postagem.

§§§§§§§§§§§§§§§§

Veja o trabalho dos restauradores no dia da bandeira, no Jornal da Band

19 de novembro é o "dia da bandeira". Nos 127 anos do símbolo nacional, restauradores cariocas tem um trabalho especial como presente de aniversário.

19/11/2016 21:45


sábado, 22 de outubro de 2016

Crianças Homenageiam Monteiro Lobato com Quadros do Giov. D'And.

A Profª. Andrea L. de C. Martins e a Profª.  Jacqueline L. Rodrigues, educadoras do Colégio Marista Nossa Senhora da Penha, de Vila Velha, ES, para o encerramento do ano letivo, homenagearam Monteiro Lobato e sua obra do Sítio do Picapau Amarelo. Foram feitas almofadas, releituras realizadas a partir dos quadros, do Giov. D'And., que representam os personagens do Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato.



A Exposição Cultural contou com diversas OBRAS-ALMOFADAS DE ARTE dos alunos. São esses pequenos artistas que fazem a enorme diferença!



Foi pedido um recado meu para as "Turmas do Leite e Amigos da Saúde''e lhes escrevi:

Como eles, também comecei a pintar aos 5 anos. A diferença entre ser um artista ou não ser, está justamente no fato de nunca parar de brincar... Mas, infelizmente a maioria das crianças para de fazer bagunça... O segredo é não parar nunca...

O artista é a criança que não cresceu!

A espontaneidade da criação infantil é tão importante que Pablo Picasso testemunhou: "Aos 12 anos pintava como Raphael (Raffaello Sanzio), na Renascença, aos 80, esforço-me para pintar como uma criança".

terça-feira, 13 de setembro de 2016

A Personalidade de Robert Schumann (parte 4/4)



Trechos de Eusebius and Florestan: The Duality of Robert Schumann, Composer and Music Critic, Marie C. Miller, Emporia State University

[...] assumindo o controle exclusivo da revista [...] Schumann contribuiu com mais de três centenas de artigos, comentários  e críticas [...]

À sua maneira muito modesto e discreto, ele era tremendamente corajoso.

Eusébio foi o lírico, silencioso, introspectivo e contemplativo dos dois. Ele é considerado a personificação do lirismo e parece ser a força controladora da personalidade mais extravagante, o impetuoso Florestan [...], o verdadeiro romântico do casal [...] (Schumann tinha) um estado de espírito que rapidamente mudava de personalidades.

...

Trechos de Robert Schumann - sua vida e obras famosas.

Robert tinha um alter ego, ou melhor, dois deles, Florestán e Eusebius - a primeira de um herói de uma das obras de Beethoven e o segundo um sacerdote católico com uma mente instável.

A maioria dos estudiosos acreditam que o problema, de um dos dedos da mão direita,  foi causado por uma máquina de fortalecimento do dedo que ele usou para se tornar um (propositadamente) melhor pianista. Provavelmente a sua intensiva oito horas de prática diária ao piano também contribuiu para o prejuízo.

Robert Schumann foi um dos principais compositores que trabalharam intensamente na conexão entre a música e as palavras. O romantismo foi mostrando tudo sobre sentimentos, paixões, estranheza e expressividade.

[...] nunca Schumann realmente se importava com a escola rigorosa de educação e muitas vezes se encontrou sonhando acordado nas aulas. Sua composição foi associada com o consumo de álcool, café e fumo [...]


Robert começou a tocar piano aos 7 anos de idade, e escreveu suas primeiras composições, danças de piano curtas, dentro de um ano. Ele rapidamente se tornou um pianista que gostava de improvisar [...]

Então, como poderia Schumann viver estas duas vidas de perturbação psíquica e ainda escrever a música bem e ser um homem em geral bom? Quem sabe os seus truques [...]

terça-feira, 16 de agosto de 2016

A Personalidade de Robert Schumann (parte 3/4)

Trechos disseminados no Livro CLARA SCHUMANN, la vie à quatre mains, Catherine Lépront, tradução Eduardo Brandão.

Se não se encontravam, marcavam estranhos encontros: “Concebi um projeto simpático: tocarei amanhã, às 11 horas em ponto e pensarei bastante em você. Resta pedir-lhe para fazer a mesma coisa [...] Clara responde: Estarei amanhã, conforme seu desejo [...]

Quanto à Arte, também apresentou uma dupla face, um duplo caráter: ela estava presente, sem dúvida nenhuma, nas improvisações de Robert, em suas histórias [...] Era “arte”, mas impalpável, indizível. Uma presença. Por outro lado os exercícios ao piano, os estudos, a prática, a técnica, “toda uma arte”, dizia Wieck, mas real, concreta, como que encarnada pelo rigoroso professor que não tinha a menor propensão aos devaneios e desconfiava da fantasia, sobre a qual sua autoridade não tinha o menor controle.

Clara também assistiu às “querelas inauditas” deles, às “lutas penosas” empreendidas por Friedrich Wieck para persuadir Schumann de que “a própria essência da arte pianística” consistia em conquistar “um domínio do mecanismo, constante, frio e refletido”. E, principalmente, que ele necessitava de “precisão, igualdade, ritmo, pureza para adquirir um toque elegante...” – no que tinha razão, mas sempre acrescentava: “... a despeito da sua exagerada fantasia”. Banir a fantasia, o devaneio, a própria essência da arte romântica? Impossível para Schumann... Não era uma prova, fornecida por Robert Schumann, de que é possível opor-se ao mestre?

Cento e trinta e oito lieder de rara beleza, apenas no ano de 1840. ‘Mas, de onde lhe vêm todas essas centelhas?” [...] Vinham de uma prodigiosa cultura literária [...] por causa daquela ‘fisionomia’ particular de Schumann, talvez o mais erudito entre os músicos alemães, mas que uma extrema sensibilidade, uma imaginação transbordante, assim como a angústia e a intuição da loucura salvavam do puro intelectualismo.

Mas, Clara apenas entreviu o mundo fantástico cuja existência Robert, com suas histórias, lhe evocara – e ele permaneceu incompreendido por ela. Do mesmo modo, este outro modelo de comportamento que ele propunha com a sua simples presença. [...] Sempre a sua fantasia... Ela era “magnífica” apenas para seus amigos e para Clara, quando se tratava de ouvi-lo improvisar ao piano e contar suas histórias [...]

sexta-feira, 15 de julho de 2016

A Personalidade de Robert Schumann (parte 2/4)

Trechos disseminados no Livro CLARA SCHUMANN, la vie à quatre mains, Catherine Lépront, tradução Eduardo Brandão.

 [...] o que ele (Wieck) sabia de Schumann [...] o tornava inquietante. ‘Por sua maneira de se comportar’, ‘ele era bem diferente do que mostra em suas composições: nestas, ele se expressa em toda a plenitude de sua alma cheia de numerosas emoções, enquanto em sua vida seu elemento próprio era o silêncio. A íntima e violenta emotividade de Robert, seu mutismo, aquela distorção sobretudo entre interior e a aparência, e a ‘inquietante estranheza’ que daí emanava, tudo isso não podia deixar de perturbar Wieck [...] ciumento como pai (de Clara Schumann) [...] tinha diante de si um rival de uma candura e de uma ternura infinitas.

Robert comportou-se muito bem, com a sua calma costumeira. Aliás, era o que ele melhor podia opor à semelhante explosão (do pai de Clara, no Tribunal).

Liszt [...] acamou-se doente, Mendelssohn e Schumann vinham visitá-lo. Mendelssohn falava, Schumann calava.

Robert dizia de Richard Wagner: ‘Ele é impossível, fala sem parar.’ Richard dizia de Schumann; ‘Ele é impossível, não diz uma palavra; não é possível, afinal, falar sempre sozinho.’

[...] abandonava tudo e, onde quer que estivesse, fechava-se em si mesmo e voltava a seus ‘pensamentos musicais’.

O filho de Carl Maria Von Weber, que visitava Schumann com frequência em Dresden, contou que ele estava sempre [...] completamente absorto em seus pensamentos, parecia assobiar uma música para si mesmo, sem que ouvíssemos o menor som sair de seus lábios.

[...] dizia Schumann, ‘não posso me conter, gostaria de cantar como um rouxinol até morrer’.

Clara se espantava: ‘Parece-me estranho que os horrores lá de fora (na insurreição de Dresden) despertem em Robert sentimentos poéticos aparentemente tão opostos a isso tudo. Percorre esses lieder um sopro de pura serenidade. Tudo para mim volta a ser como na primavera, sorridente como as flores.’

(O violinista Josef) Joachim era muito inteligente, culto e tinha, desde há muito, uma admiração sem limites por Schumann. Não se incomodou nem com o mutismo, nem com as ausências do mestre, muito pelo contrário: ‘É mais que natural’, dizia ele ‘que entre a música perpétua de sua alma certos fatos à sua volta passem despercebidos – só podemos venerá-lo ainda mais por isso [...] Ele canta como a sua natureza lhe dita e tem a coragem de dizer a todos: ‘Não sei fazer de outro modo. ‘É também, o único a ter esse direito.’

sábado, 18 de junho de 2016

A Personalidade de Robert Schumann (parte 1/4)

Trechos disseminados no Livro CLARA SCHUMANN, la vie à quatre mains, Catherine Lépront, tradução Eduardo Brandão.

Incapaz de participar de uma conversa, se nela fossem abordados problemas cotidianos, ocorria não responder às perguntas que lhe faziam, ou exprimir-se numa voz fraca, sem timbre que evocava, para os que o escutavam, uma ‘conversa consigo mesmo’. Portanto, ele só se animava para contar aquelas histórias de duplos que faziam a alegria de Clara, Alwin e Gustav, que também lhes metiam medo [...] sombrio ou sonhador, parecia totalmente diferente do contador de histórias.

Quanto ao universo dos sonhos, Schumann era inesgotável; quanto ao real, ele se calava [...] cansado das pessoas, retirou-se para compor.

[...] germinou a ideia [...] de fundar uma revista musical [...] Por mais estranho que possa parecer, era Robert que animava essas conversas, esses projetos. Ora, suas intervenções eram raras [...] permanecia sonhadoramente voltado para dentro de si, os olhos semicerrados. Mas, se assistia a uma troca de ideias interessantes, animava-se a ponto de dar provas de loquacidade e vivacidade. Víamos, então, Robert de certa forma despertar e sair da sua meditação, eu diria integrar-se de novo ao mundo exterior – e seu olhar, habitualmente voltado para dentro, pousava nesse mundo exterior carregado de uma acuidade penetrante e de uma magnífica fantasia [...]

Schumann em seu primeiro artigo [...] à Allgemeine Musikalische Zeitung [...] interpelava o leitor e punha em cena três personagens: Eusebius – ‘conheces o sorriso irônico no rosto pálido’ – Florestan – ‘um desses raros músicos que parecem pressentir com grande antecipação tudo o que é futuro, novo, extraordinário’ – e Mestre Raro, árbitro. Três personagens de ficção, mas, sobretudo, três facetas de si mesmo.

[...] aquelas alternâncias de mutismo e de bruscas, brevíssimas retomadas de contato com a realidade ambiente; e aquele olhar azul, retirado, ‘como se ele procurasse, examinasse, escutasse sem cessar alguma coisa no mais profundo do seu ser’. Ele não mudara aparentemente [...] seu indicador ficara paralisado. Ele tinha de renunciar ao virtuosismo, logo à sua carreira de pianista.

Ela (Ernestine Von Fricken) contou que, um dia, depois de uma sessão de música, eles ficaram uma hora num barco e Schumann não pronunciou uma só palavra. Na hora de se despedir, ele disse simplesmente: ‘Hoje nos compreendemos perfeitamente’.

Robert pensava, já havia algum tempo, que a música lhe era ditada do exterior, por ‘espíritos’.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Obra no Museu Histórico de Tocantins





A obra BANDEIRA DO ESTADO DO TOCANTINS, 60 cm X 80 cm, acrílica sobre tela passou a integrar o acervo do Museu Histórico do Tocantins, sito em Palmas, capital do Estado.

O Estado do Tocantins, criado em 1988, na região Norte, tem bandeira formada de três faixas diagonais, com o azul representando a água, o amarelo demosntrando as riquezas e o branco simbolizando a paz almejada, com o desenho de um sol, que nasce para todos os cidadãos tocantinenses.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A Arte de Robert Schumann

Robert Schumann foi considerado na Alemanha, país de seu nascimento, o mestre incomparável do “Lied”. Quando garotinho, apaixonara-se pelo piano, compondo mesmo pequenas fantasias.

A fim de satisfazer às rogativas maternas, matriculara-se, aos 18 anos, no curso de Direito da Universidade de Leipzig. Isto, porém, não o impedira de dedicar-se mais à música que à filosofia do Direito. Impotente para resistir à atração que a música exercia em seu espírito resolveu confessar à sua genitora o propósito de não ser jurisconsulto, mas sim, unicamente, músico.

Schumann sonhava escrever músicas religiosas, embora não fosse religioso no sentido habitual do termo. Um de seus biógrafos, Vasieleviski, que certa ocasião encontrou Schumann com a atenção voltada para as páginas de um livro que tinha nas mãos, perguntou-lhe o que lia. Sua resposta foi apenas esta:
- Não sabes nada das mesas girantes?
E acrescentou esse biógrafo:
Seus olhos, habitualmente semicerrados, abriram-se, e, com um ar inspirado disse:
- As mesas girantes sabem tudo.
Nessa ocasião chamou sua segunda filha e iniciou uma série de experiências com uma pequena mesa, a qual, a seu pedido, marcou o movimento inicial e o final da sinfonia em Dó menor de Beethoven.

Constantemente tinha ele alucinações auditivas, tanto que se queixava à sua esposa de que um acorde musical vivia a espancar-lhe os ouvidos, prejudicando-lhe o repouso. Pouco depois, decompunham-se as notas num milhar de sons majestosos. Já não lhe era penoso ouvi-los. Todos os ruídos se tinham transformado em música para os seus ouvidos. Música esplêndida, como ele nunca ouvira na Terra.

Essas afirmativas de vários de seus biógrafos provam sobejamente que Schumann era possuidor de várias mediunidades, inclusive a da audição, isto é, era médium auditivo. Ele próprio contou que certa noite se sentira inspirado pelos Espíritos de Schubert e Mendelssohn, e imediatamente procurou escrever o tema que lhe ditavam em Mi bemol. Em virtude dessa inspiração, compôs cinco variações para piano, que Brahms intercalou nas Variações para quatro mãos, dedicadas a Julia Schumann.

Roberto Litell, escrevendo acerca de Schumann, disse que, como muitos dos grandes compositores, tinha um sentimento estranho de que a música lhe vinha malgrado seu, e que não havia nada que ele pudesse fazer para impedi-la. Em tais momentos, seu estado de concentração era tal que ele podia compor calmamente, mesmo sob o acompanhamento de tiroteio nas ruas próximas.

E Alfredo Colling, em seu livro “A Vida de Robert Schumann”, conta-nos que ele seguidamente se locomovia de sua sala de trabalho à “mesinha”, nela sobrepondo as mãos, iniciando então uma conversação com voz abafada. Ao contemplar-se Schumann, nesses momentos em que discutia com o invisível, a impressão que se tinha era a de que ele se encontrava na linha divisória entre o conhecido e o desconhecido. “A música de Além-Túmulo – fala ainda Colling -, que ressoava em seus ouvidos, fazia-lhe, muita vez, recordar uma vida anterior, em cujo término mudou a envoltura corporal”.

É verdade que antes de se dedicar à música, seu Espírito esteve certo tempo indeciso; não sabia qual o rumo que tomaria, se o das musas, ou se o da música. Sente-se perfeitamente que seu Espírito ingressara nesta nova existência com apreciáveis cabedais da arte poética e da harmonia dos sons. Pendesse ele para a poesia e nesse setor artístico seria tão extraordinário quanto o foi no da música.

Camilo Mauclair, que estudou a obra musical de Schumann, assevera ser ela a linguagem de uma sensibilidade superior. Através das variações fugazes do ritmo e do timbre percebe-se realmente a presença de um ser vivo que se confia, chora, sorri, espera, grita sua dúvida, ascende ao absoluto ou espairece seu devaneio desencantado.

Grandes Vultos da Humanidade. Sylvio B. Soares